domingo, 23 de outubro de 2011

A Single Man (O Direito de Amar)


O que faz um filme ser tão bom que quando acaba você se sente mais confortável com a vida? Uma história simples e sem grandes reviravoltas com as doses certas de drama, romance e sarcasmo, assim eu poderia definir A Single Man (Direito de Amar). 

Estamos no início dos anos 60 e George (Colin Firth), um professor de literatura, vê sua vida desabar ao receber a notícia da morte de seu companheiro Jim. Infernizado pela dor e pela falta que Jim faz em sua vida George decide depois de oito meses que é chegada a hora de se despedir da vida. Planeja tudo cuidadosamente deixando as coisas bem resolvidas, testamento feito, escreve cartas de despedida para as pessoas mais próximas, limpa sua sala na universidade em que ensina e é o mais agradável possível com todas as pessoas com quem tem contato naquele dia. Mas antes de partir ele tem que dizer adeus àquela que poderia ter sido a sua companheira ideal, Charley (Juliane Moore) e ter com ela alguns últimos momentos de alegria. Riso frouxo e danças fazem parte dos últimos momentos de George. 


A história faz dos flashbacks o recurso principal para trazer Jim de volta para a trama. Lindas cenas em preto e branco de um casal apaixonado, admiração no olhar, alegria estampada em cada momento a dois nos fazem entender a dor que George sente. Como prosseguir sozinho depois de ter experimentado algo tão especial a dois? E é aí que surge Kenny (Nicholas Hoult), seu aluno, apaixonado pela vida e pela ideia de homem que George representa. Kenny traz de volta à vida de George a alegria de viver e o que já tinha de definitivo e de final é revisto e revertido mas... 
Observem a presença do relógio até a última cena e volta do que foi perdido... qual q intenção do autor em deixar esses elementos presentes até o final da história? O que tais presenças nos revelam? Ah, e o mais importante, por que o braço direito e não o esquerdo?

Assistam e me contem.

Uma fotografia perfeita e atuações brilhantes.

Nota 10


Jor


Poucas vezes em minha vida tive momentos de absoluta clareza. Como quanto, por alguns segundos, o silêncio abafa o ruído e eu posso sentir mais do que pensar. As coisas parecem tão claras. O mundo parece tão renovado. É como se o mundo todo começasse a existir. Não posso prolongar esses momentos. Me apego a eles, mas, como tudo, eles se desvanecem. Minha vida foi vivida nesses momentos. Eles me trouxeram de volta para o presente e percebi que tudo é exatamente como deve ser. (...) E, simples assim, ela chegou! (A Single Man)

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