domingo, 23 de outubro de 2011

A Single Man (O Direito de Amar)


O que faz um filme ser tão bom que quando acaba você se sente mais confortável com a vida? Uma história simples e sem grandes reviravoltas com as doses certas de drama, romance e sarcasmo, assim eu poderia definir A Single Man (Direito de Amar). 

Estamos no início dos anos 60 e George (Colin Firth), um professor de literatura, vê sua vida desabar ao receber a notícia da morte de seu companheiro Jim. Infernizado pela dor e pela falta que Jim faz em sua vida George decide depois de oito meses que é chegada a hora de se despedir da vida. Planeja tudo cuidadosamente deixando as coisas bem resolvidas, testamento feito, escreve cartas de despedida para as pessoas mais próximas, limpa sua sala na universidade em que ensina e é o mais agradável possível com todas as pessoas com quem tem contato naquele dia. Mas antes de partir ele tem que dizer adeus àquela que poderia ter sido a sua companheira ideal, Charley (Juliane Moore) e ter com ela alguns últimos momentos de alegria. Riso frouxo e danças fazem parte dos últimos momentos de George. 


A história faz dos flashbacks o recurso principal para trazer Jim de volta para a trama. Lindas cenas em preto e branco de um casal apaixonado, admiração no olhar, alegria estampada em cada momento a dois nos fazem entender a dor que George sente. Como prosseguir sozinho depois de ter experimentado algo tão especial a dois? E é aí que surge Kenny (Nicholas Hoult), seu aluno, apaixonado pela vida e pela ideia de homem que George representa. Kenny traz de volta à vida de George a alegria de viver e o que já tinha de definitivo e de final é revisto e revertido mas... 
Observem a presença do relógio até a última cena e volta do que foi perdido... qual q intenção do autor em deixar esses elementos presentes até o final da história? O que tais presenças nos revelam? Ah, e o mais importante, por que o braço direito e não o esquerdo?

Assistam e me contem.

Uma fotografia perfeita e atuações brilhantes.

Nota 10


Jor


Poucas vezes em minha vida tive momentos de absoluta clareza. Como quanto, por alguns segundos, o silêncio abafa o ruído e eu posso sentir mais do que pensar. As coisas parecem tão claras. O mundo parece tão renovado. É como se o mundo todo começasse a existir. Não posso prolongar esses momentos. Me apego a eles, mas, como tudo, eles se desvanecem. Minha vida foi vivida nesses momentos. Eles me trouxeram de volta para o presente e percebi que tudo é exatamente como deve ser. (...) E, simples assim, ela chegou! (A Single Man)

Mallu Magalhães - Pitanga

Ah, e ontem sem sono e com a cabeça latejando de pensamentos ruins resolvi passear pelos meus sites de música. Quer coisa mais analgésica que a música certa na hora certa?
Então. Daí entre um site e outro, entre um comentário sarcástico e outro, encontrei o Cd novo de Mallu Magalhães. Aquela menininha bobinha, mas fofa que o YouTube revelou há uns quatro anos. 
Uma das primeiras revelações nacionais dos tempos dominados pelas relações virtuais foi, sem dúvida, uma vítima da lixação pública por muitos setores da mídia. Mas a bela Mallu superou seus tempos de bullying artístico e se transformou em linda mulher e belíssima cantora. 
Gostei do Cd, mas não vou falar muito dele. O título é Pitanga e eu fiquei encantada com diversas faixas. A que eu mais gostei representa bem o momento que estou passando, Velha e Louca (risos). 


Letra:

Velha e Louca
(Mallu Magalhães)

Pode falar que eu não ligo,
Agora, amigo,
Eu tô em outra,
Eu tô ficando velha,
Eu tô ficando louca.

Pode avisar qu'eu não vou,
Oh oh oh...
Eu tô na estrada,
Eu nunca sei da hora,
Eu nunca sei de nada.

Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.

Pode falar qu'eu nem ligo,
Agora eu sigo
O meu nariz,
Respiro fundo e canto
Mesmo que um tanto rouca.

Pode falar, não importa
O que eu tenho de torta,
Eu tenho de feliz,
Eu vou cambaleando
De perna bamba e solta.

Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.

Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.


Enjoy it ;)

Jor

A Lagarta Que Quase Virou Borboleta - Uma Crônica Curta

Era uma maçã linda, pensou Julia. Julia era uma lagarta faceira que adorava frutas e um dia se encantou pela maior de todas as maçãs da cesta de frutas. Muitas lagartas já haviam estado ali e falaram para ela coisas lindas sobre a tal maçã. Falavam de como ela era especial e de como lá todas as lagartas se davam bem. Os tais comentários só faziam a vontade de Julia aumentar. Julia então resolveu entrar na maçã.
Haviam outras que como ela lutavam para conseguir chegar lá e na segunda tentativa Julia entrou. 
A maçã era realmente incrível e ela pode aprecia-la de muitas maneiras. Foram dias e dias vividos intensamente. Conheceu outras tantas lagartas que gostavam de está ali tanto quanto ela. Ficou amiga de algumas, conheceu novos universos, arrumou algumas confusões (bem pequenas), sofreu para conseguir fazer o que as outras lagartas faziam.
- Vou sentir saudade, pensou ela diversas vezes.
E sentiu. Sente.
O tempo passou e eis que a lagarta resolveu que assim que saísse da maçã viraria uma borboleta. Encontrou a árvore ideal, se alimentou da maneira adequada e conseguiu, depois de muito esforço, se transformar em crisálida. Sofreu todas as mutações químicas necessárias dentro do casulo e virou uma linda borboleta. Mas o que Júlia não contava é que para ser livre e voar ela precisava de uma autorização da maçã. A maçã não deu e ela, aquela linda borboleta, ficou presa pelas asas sem poder se mexer. 

Moral da história: a fama da maçã não foi capaz de prover o voo da borboleta. Logo, como dizem naquele ditado popular, nem tudo que reluz é ouro.

Jor  

sábado, 15 de outubro de 2011

Meia Noite em Paris - Nonsense e Realismo Fantástico

Sou uma grande fã do senhor Woody Allen. Perdi as contas de quantos filmes dele assisti (sem exagero, foram muitos). Vi das coisas mais incríveis até as histórias mais sem sentido e por essa razão sempre que o diretor-produtor-roteirista-ator lança um novo trabalho fico extremamente curiosa para conferir o que ele vai aprontar. Aqui vai um texto cheio de elogios derretidos de uma fã para o seu ídolo.
Quando as gravações de Meia Noite em Paris começaram, bateu aquela vontade (que por hora só podia ser saciada com os filmes anteriores) de ver Wood Allen em cena com seus trejeitos e seu egocentrismo e tudo mais que lhe é peculiar. Ainda, os últimos filmes de Allen são obras incríveis. Desde Match Point e passando por Vicky Cristina Barcelona, Tudo Pode Dar Certo e Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos assisti-lo tem sido sempre experiências extremamente prazerosas. E eis que alguns meses depois das primeiras notícias sobre o filme que traria no elenco, entre outros astros, a diva Carla Bruini eu finalmente pude assistir o grande Woody Allen fazendo o que, em minha opinião, ele faz de melhor, escrever e dirigir. O filme é uma dessas declarações de amor. Uma declaração de amor à arte e à Paris – que formam um casal perfeito, diga-se de passagem.
Fazendo uso, sem nenhum pudor, do nonsense e do realismo fantástico o filme faz uma viagem no tempo e nos leva aos dias em que Paris era cercada de artistas que efervesciam em criatividade e inspiração. Por alguns minutos Allen, sempre tão metódico com seus padrões estilísticos, abre mão de seu habitual início de filme fundo preto com letras brancas, para desfilar pelas ruas de Paris de maneira despretensiosa e despreocupada ao som de um jazz irresistivelmente convidativo (facilmente sairia dançando por aí ao som dessa melodia). 
Na sequência somos apresentados a Gil Pender (Owen Wilson) um roteirista de Hollywood que está cansado de escrever histórias adoráveis, mas que são facilmente esquecidas pelo público e a sua noiva fútil, irritante e muito estadunidense Inez (Rachel McAdams). Gil e Inez se encontram em sintonias diferentes. Enquanto ele pensa em abandonar Hollywood e mudar-se para Paris para escrever “literatura de verdade”, Inez sonha com uma casa em Malibu e uma vida Hollywoodiana.
Gil enxerga em Paris a sua conexão com o que considera “grande arte” e se fascina ao pensar sobre os artistas que por lá circulavam da década de 20 - década essa que ele considera como “década de ouro” onde as pessoas eram mais felizes e a vida era bem mais aprazível. Em uma de suas fascinantes e contemplativas caminhadas pelas ruas da belíssima Paris, Gil ouve as 12 badaladas de uma igreja e mergulha de volta para a sua tão sonhada década de ouro. E nesse sonho real encontra com aqueles que considera os ícones de tudo que a "grande arte" produziu para humanidade... encontrar-se com o casal Zelda e Scott Fiztgerald e conversa sobre o livro que está escrevendo com Ernest Hemingway, discute sobre arte e vida com T.S. Eliot, Salvador Dalí, Man Ray e Luis Buñuel, tem a chance de ver Picasso discutindo uma de suas obras e se apaixona pela bela Adriana (Marion Cotillard). Tudo meticulosamente encaixado para nos fazer compreender - mesmo para os que não possuem referências sobre arte - sobre a beleza daqueles personagens histórico.
Owen Wilson "encarna" o alterego de Woody Allen provando por A+B que seu talento é indiscutível. Os trejeitos, a verborragia e até mesmo a voz de Wilson nos lembram a todo momento que esse é sim um filme de Woody Allen, em todos os sentidos, mas ao mesmo tempo imprime características tão originais que faz de Gil uma persona tão sua quanto de Allen. 
Meia Noite em Paris é também uma experiência cinematográfica deferente, pois aqui não importa muito como a história acaba, e sim como os acontecimentos se desenrolam, como Gil vive aquela experiência surreal. 
Quando Gil, finalmente, tem uma epifania sobre a sua vida e sobre a tal "era de ouro", voltamos a observar um Allen "desencanado" que defende a vivência do momento presente e a ideia de que a "era de ouro" é o momento em vivemos, não importando a sua representatividade histórica e/ou cultural. Pois, a vida é grandiosa de mais para não ser vivida hoje, ou para ser vivida sem grandiosidade.
Achei (e isso lá importa? Quem liga para o que Eu acho?) um filme lindo, uma história encantado e personagens inesquecíveis. Mas vá com calma. Lembre do que eu escrevi no início, sou uma fã do cara, daí pra mim é bem fácil gostar do filme.   

Nota: 10 - e meio!

Jor

Gil: Acabei de ter um Insight. É bem fraco, mas explica o sonho frenético que tenho tido.
Adriana: Que sonho?
Gil: Na noite passada tive um pesadelo no qual ficava sem antibiótico. Fui ao dentista e ele não tinha anestésico. Entendeu? As pessoas não tinham antibióticos?
Adriana: Do que você tá falando?
Gil: Adriana, se você ficar aqui isso se torna o seu presente e logo vai começar a  imaginar que outra época é que realmente é a "era de ouro". Então o presente é assim, é um pouco insatisfatório porque a vida é insatisfatória.   
Adriana: Este é o problema dos escritores. São cheios de palavras. Mas eu sou mais emocional. Eu vou ficar em Paris vivendo em sua era mais gloriosa. (Midnight In Paris)  

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eu Quero Tudo, Ou um Pouco mais, Se Puder Ser

http://artescomtrastesetraquinagens.blogspot.com/
Eu gosto muito de Fernando Pessoa e de seus heterônimos. Mas devo confessar que gosto mais de Álvaro de Campos do que do próprio Pessoa.
E foi lendo algumas coisas de Álvaro de Campos no ultimo fim de semana que encontrei esses pequenos versos. Versos simples, mas que sintetizam de maneira tão completa o que eu quero tanto dessa vida. 
Em tempos que as pessoas estão mais preocupadas com o espetáculo, com as aparências, mostrando sempre que suas vidas devem ser algo incrível e perfeita, eu quero apenas a simplicidade. Não tenho vocação para desejar ou acreditar no impossível. Amo o possível com fervor. Não gosto de pensar que as coisas (todas elas) são infinitas, pois há algo de incrível em tudo o que acaba. Acabar significa que nada é infinito, nem o bem e nem o mal e que tudo tem seu tempo ideal de duração - é a poesia que existe na dialética do viver.
Eis, portanto, uma definição que me cai bem.

Jor
Eu Quero Tudo, Ou um Pouco mais, Se Puder Ser

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queria nada -

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

Álvaro de Campos 

domingo, 9 de outubro de 2011

Bridesmaids - Missão Madrinha de Casamento

Sem dúvida alguma o universo feminino é capaz de render muitas histórias e isso não é nenhuma novidade. A industria cinematográfica reproduz esse universo de todas as maneiras possíveis, mas ficou devendo em vários aspectos nos últimos anos. Dentre esses dívidas estão as reproduções, através das comédias, das situações recorrentes quando o tema é casamento, pois de maneira geral essas reproduções giram em torno de romances. Entretanto, desde Se Beber, Não Case, onde as mulheres eram representadas de maneira secundária e sem nenhum relevância dentro da trama, esse novo jeito de contar sobre as desventura que permeiam os preparativos para o Grande Dia, devia ao universo feminino a oportunidade de uma representação cômica. E esse é o tom que o filme Missão Madrinha de Casamento busca imprimir através de seu roteiro.
Aliás, mulheres, até mais que os homens, conseguem transformar uma coisa relativamente simples em uma oportunidade de riso. E é assim que acontece na trama desse filme. Uma dessas histórias leves, que não buscam grandes momentos e fazem da simplicidade seu grande diferencial. 
Annie (Kristen Wiig) e Lilian (Maya Rudolph) são grandes amigas e encontram uma na outra o apoio para todos os momentos. Annie uma linda mulher que se deixa humilhar por todos os homens com quem se envolve, está em um momento complicado da vida. Seu negócio dos sonhos quebrou durante a última recessão Estadunidense e falida ela divide apartamento com dois imigrantes Ingleses que não respeitam sua privacidade e fazem de sua casa o ultimo lugar para onde ela pensa voltar. Lilian namora com Dougue e acha que está prestes a ser deixada quando na verdade é pedida em casamento. Qual é a reação instantânea nestas ocasiões? Exatamente. Lilian convida Annie imediatamente para ser a sua madrinha de casamento. Tudo bem até aqui, mas na festa de noivado eis que entra na história Helen (Rose Byrne) a mais nova amiga de Lilian. Helen é a mulher dondoca do chefe do futuro marido de Lilian. Linda e competitiva, Helen dá logo sinais que a vida de Annie não vai ser nada fácil nos preparativos do casamento. Helen sabota todas as tentativas de Annie de fazer tudo dentro dos conformes e consegue aos poucos separar as amigas que a princípio eram inseparáveis. O time de madrinhas ainda conta com uma recém casada infantilizada que acaba de chegar de sua lua de mel na Disney (atentem para a cena em que Annie é apresentada ao casal de bobinhos fãs da Disney), uma mãe de três garotos infernais que a fazem de gato e sapato e pela cunhada da noiva (Melissa McCarthy), a responsável por grandes momentos de comicidade no filme.
Nada que lembre uma comédia romântica bobinha, Missão Madrinha de Casamento é um filme repleto de momentos divertidos que emergem de situações trágicas - quer-coisa-mais-legal-que-isso? - e faz uso até de recursos escatológicos com cenas das madrinhas e da própria noiva após um almoço mal sucedido num restaurante Brasileiro. Tudo cuidadosamente costurado para nos fazer rir.
Uma das minhas maiores surpresas com o filme sem dúvida foi a descoberta (pois nunca antes tinha prestado atenção nela) de Kristen Wiig. Devo dizer que o filme é dela. Ela segura cada cena em que aparece e com suas caras e bocas transforma até as situações mais improváveis em algo divertido (observem as caras e bocas que ela faz quando é expulsa de sua própria casa por seus inquilinos ingleses). 
É isso. Missão Madrinha de Casamento foi uma agradável surpresa. Uma história que combina humor com romance (nada de muito açúcar), drama e tragédia, e que também ensina sobre a importância e sobre a diferença que os amigos -de-verdade- fazem em nossas vidas, ajudando a quem assiste a perceber que nada é tão definitivo na vida. Nada é bom para sempre e definitivamente (e ainda bem) Nada é ruim eternamente. A vida sempre apresenta novos caminhos, novos lugares, novas pessoas e conserva as escolhas certas, as pessoas certa, os amigos que valem a pena!
Filme nota 9,0

Jor

Annie: Vai ficar tudo bem.
Lilian: É? Como você sabe que vai ficar tudo bem? No jantar de ensaio ontem, eu falei para o Dougue que ia pegar algo e quando percebi estava vindo pra cá. Eu vim para casa. Eu percebi que é a ultima vez que vou estar aqui, neste apartamento. Com aquele sofá, esta cama, tomar banho na banheira. Sabe que eu amo minha banheira, né?
Annie: Ela é muito boa. Dormi nela no meu aniversário de 30 anos, lembra?
Lilian: Tudo vai mudar. Eu não vou mais morar perto de você, e isso me deixa tão triste.
Annie: Não fique assim. Não fique triste, porque as coisas vão mudar mas vão melhorar. Você vai viver um momento lindo, o Dougue te ama mais que tudo e eu também.
Lilian: Mas o que vai acontecer com você?
Annie: Eu vou ficar bem. Não se preocupe, eu vou ficar bem. Eu estou bem. Além do mais você tem que abrir caminho pra mim e me informar do que vem pela frente.
Lilian: Como quiser, chefe. (Bridesmaids)




sábado, 8 de outubro de 2011

Valentine's Day ou Idas e Vindas do Amor

 
Ah, o amor! Essa coisa enlouquecedora que invade as pessoas sem pedir licença. Eu, uma dessas românticas incorrigíveis, nem acredito que levei tanto tempo para assistir ao filme Valentine's Day. Daí hoje invadida por uma dessas cólicas incríveis e no nível mais elevado de irritação dos últimos tempos resolvi finalmente vê-lo. De irritação eu entendo e de TPM também, por essa razão em dias assim o melhor a fazer é me enterrar (literalmente) no meio de um monte de cobertas, assistir alguma coisa que faça realmente meu tipo (em dias assim não é hora de testar nada - é melhor ir logo direto ao gênero que realmente me faz bem) e evitar o máximo possível o contato com humanos.
Assim o fiz. Escolhi Valentine's Day pois esse é um dos que fazem meu tipo. Com um desses elencos de tirar o fôlego, a história conta com a presença de muitos queridinhos Hollywoodianos. Ashton Kutcher, Kathy Bates, Anne Hathaway,Jamie Foxx, Jessica Alba, Jessica Biel, Bradley Cooper, Shirley MacLaine, Patrick Dempsey, Topher Grace, Queen Latifah, Taylor Swift, Taylor Lautner,George Lopez, Eric Dane, Hector Elizondo, Jennifer Garner, Emma Roberts e Julia Roberts são as carinhas conhecidas que fazem de Valentine's Day um filme que nos deixa confortável com o que veremos.

O filme conta separadamente e de maneira meio que conectada a história de vários casais no dia dos namorados. Casais que começam a trama juntos e acabam separados, casais que se formam durante a trama e até alguns casais improváveis. Nada incrível, apenas mais uma comédia romântica que não faz muita esforço para surpreender a quem assiste. Todas as histórias da trama acabam bem, como é característico do gênero e como é característico de todo filme comercial.
Contudo uma das histórias do filme não pode passar despercebida e é ela que me faz afirmar que há sim uma pontinha de genialidade na trama.
O desfecho do casal interpretado por Julia Roberts e Bradley Cooper faz do filme algo apreciável até para os mais seletivos. Vizinhos de assento em uma viagem que durará 12 horas, os dois engatam uma conversa interminável que os transforma em parceiros, não só de viagem, mas sim de histórias. Digno dos personagens, o desfecho faz com que todo o açúcar do resto da trama seja suportável para os mais exigentes. Para mim o filme foi uma "delicinha" do começo ao fim. Ele foi capaz de tirar metade da minha irritação...
... mas a outra metade ainda reside em mim.

Fica a dica!

Filme nota 8

Jor

... aqui é Romeu Midnight mais uma vez.  Só restam 30 segundos para que seja como outro dia qualquer. Então me ouçam , amantes, e façam um brinde para as três palavras que todos querem ouvir.  Vamos Ficar Pelados. (Valentine's Day)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Rock In Rio 2011 #Coldplay


E da série eu não fui, mas assisti, resolvi compartilhar com vocês a incrível experiência de ter visto In Casa a apresentação da Coldplay  no Rock In Rio 2011. Eu sempre gostei da banda e fui apresentada a ela na primeira aula de inglês da faculdade... lembro como se tivesse sido ontem, 25 pessoas numa sala minuscula ouvindo da professora de como aqueles próximos 4 anos seriam os piores de nossas pobres vidas e de como éramos quase nada naquela instituição de ensino (happy time, I miss that a lot)... depois para amenizar o drama ela colocou uma música do Coldplay para relaxarmos, mas aí já era tarde... mesmo assim, e eu fiquei conhecendo A Coldplay e seu The Scientist .

Daí quando a banda entrou no palco do Rock In Rio não deu mais nem para se mexer com medo de perder alguma coisa. Incrivelmente coreografada (leia ensaiado ou leia qualquer coisa que queira) para prender todo e qualquer expectador. Eu simplesmente fiquei presa no sofá sem conseguir imaginar um motivo razoável para sair de lá. E o resultado da proposta da banda foi ENCANTAMENTO.

Simples assim, puro assim. Eles cantaram os grandes sucessos, arriscaram algumas frases em Português, se divertiram muito e o mais "bunitinho" de tudo, eles pareciam extremamente felizes por estarem naquele palco, cantando para nossa gente. Deram o suor e fizeram da noite, dos presentes e daqueles que como eu assistiram de longe, uma noite muito especial. Sim, Dona Rihana eles não atrasaram e sim, Dona Rihana eles fizeram um show MUITO melhor que o seu... mas não dá pra comparar Ferrari com Fusca, né?




Jor
 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tadinha da Claudinha

E de repente me bateu uma incrível vontade de escrever aqui, nesse pequeno espaço, sobre Cláudia Leite. Sim senhores, é sobre ela que vou escrever hoje. Não, eu não gosto da moça. O jeito dela me parece um tanto forçado e eu não tenho paciência para o papinho politicamente correto que ela adora entoar. A música que Senhora Cláudia Leite faz da até pra dançar, mas definitivamente pra mim quando ela abre a boca, acaba-se qualquer possibilidade de gostar desta criança.

E eis que esses dias aconteceu um dos mais incríveis encontros musicais de todos os tempos, o Rock In Rio! Sim, eu vi, não fui, mas vi... vi shows incríveis (que pretendo escrever aqui) e vi Senhora Cláudia Leite ser vaiada por alguns poucos, mas a vi sendo vaiada. E a reação da moça? Fez sinal de silêncio pra multidão à sua frente e pronunciou a seguinte frase: "Você não aguenta o curso, então porque se matriculou?"... daí pro escracho público foi apenas uma questão de segundos. Cláudia é famosa na Bahia pela pouca tolerância às críticas. Ela ODEIA vaias e fica extremamente irritada com esse tipo de demonstração em seus shows (por vezes já parou seus shows para dar liçãozinha de moral em quem pagou o ingresso). Tadinha... já tem um tempo que as pessoas andam fazendo isso com ela.

Mas deixa eu voltar para o porquê de escrever aqui sobre ela. Eu mesma já me juntei a turma que esculhamba a bichinha. Na quinta feira, durante o show de Ivete Sangalo, retuitei várias mensagens com a tag #sentaláclaudia. Livremente as pessoas simplesmente fizeram o escracho público de Cláudia. Para o Twitter não era o show de Ivete, era Ivete ensinando a Cláudia Leite como se fazia. Mas aí tem um quilometro de distancia de diferença e é isso que algumas pessoas (incluindo nesse grupo a própria Cláudia) não entendem, não dá para comparar. Não da pra comparar o que não tem comparação... é querer comprar Ferrari com Fusca - não faz sentido. A Ivete que em momento algum de sua carreira deu lição de moral em seu público é a mesma Ivete que no tempo da Banda Eva subiu num trio com soro no braço, pra não deixar seu povo sem um dia de carnaval. Ivete que no Rock In Rio se dirigiu diretamente a seus fãs (e que fosse um evento preferencial para os pops e os roqueiros, tinha gente ali que tinha pagado para vê-la, também) e que a todo momento se mostrou grata por estar fazendo parte de um momento do rock... maturidade ou caráter? Vai saber! Talvez seja isso que as difere.

Mas mesmo sem ir muito com a cara de "Claudinha", me peguei pensando como deve ser difícil para ela enfrentar coisas assim. O que fazem com ela é um tipo de Bullying adulto. Nada que a cantora faça ou diga passa despercebido... e o povo não perdoa. O palco dos críticos de plantão que se tornou o Twitter, não perde a oportunidade de humilhar e ridicularizar seja quem for. E com ela a coisa tem ido apenas ladeira a baixo. Por lá #Cludiarreia foi a tag no dia de seu show. As pessoas esquecem que as outras que estão do outro lado da crítica sentem as palavras proferidas. E eu com essa minha incrível mania de ficar me colocando no lugar do outro, dei pra pensar que não é justo com alguém - por mais desagradável que esse alguém seja - ser humilhado publicamente de maneira tão irracional. E parei com isso de ficar entrando nas piadas contra a moça, por que, né? Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é - já-disse-Caetano e cada um tem o direito de ser do jeito que é - já-disse-eu-mesmo.

Jor