sábado, 14 de agosto de 2010

Amor Sem Escalas Não. Up in The air!

Esperei a segunda impressão para lançar aqui no meu espaço alguns comentários sobre essa belíssima produção cinematográfica. Não que esse seja um daqueles filmes que custaram milhões e renderam milhões em bilheteria, não é isso. Mas esse filme faz da sua simplicidade uma grande arma para conquistar todos aqueles que o assistem (em conversas com amigos todos demonstraram um grande apreço pelo filme).
Estrelado pelo belo George Clooney (Queime depois de Ler, Siriana e O Amor Custa Caro) e pela estonteante Vera Farmiga  (Outono em Nova York, Os Infiltrados e O Menino do Pijama Listrado), Up in The Air narra a história de Ryan Bingham um consultor contratado por empresas para realizar demissões. Diante da ultima crise mundial o filme retrata uma realidade a que os Estados Unidos teve que se submeter durante esse período. Entretanto, esse filme é inspirado em um livro homônimo lançado em 2001, quando essa mesma nação já mostrava sinais da crise que estaria por chegar, prova do caráter atemporal que a literatura possui, mudam se os cenários mas os temas continuam atuais. 
Pelo personagem central, a princípio, é dificil estabelecer qualquer relação de simpatia visto a suposta frieza que o mesmo demonstra durante as demissões que realiza. Contudo, ao decorrer da história Ryan demonstra todo o jogo ético que está envolvido no trabalho que realiza. Demitir apenas, não é um prazer, é um trabalho, e quanto a isso o que ele espera é realizar essa tarefa com um mínimo de respeito às pessoas envolvidas nesse processo. 
Mas além das questões sociais que o filme aborda, o que me encantou nessa trama, o que me fez emocionar ao final dela foi a mensagem sutil trazida em sua história: a solidão pode ser uma opção de vida, ou apenas o resultado de escolhas inconsequentes?
Ryan não estabelece relações profundas com ninguém. Ele usa o seu trabalho como a desculpa perfeita para evitar relacionamentos mais profundos, foge da aproximação até com a família... pra ele as viagens que realiza dá o sentido que a sua vida merece ter. Entretanto, quando conhece Alex (Vera Farmiga) essa sensação de conforto que a solidão lhe traz muda completamente. Alex o faz querer algo mais, um algo rejeitado por ele tantas vezes e que depois dela passa a fazer um sentido que nem ele esperava achar. 
Gosto ainda mais do filme pois o seu final foge do convencional. Claro que não vou falar aqui o que acontece, mas só digo que ele surpreende. Gosto de finais reais... a fantasia as vezes é bem mais cruel que a realidade. 
Aos solitários, como eu, digo que preparem se para se reconhecer em vários momentos da trama e claro, aos solitários sentimentais como eu, digo que se preparem para chorar em vários momentos da trama. 
A solidão me assusta como poucas coisas nessa vida fazem. Não que me incomode com ela, não é isso. Gosto de estar só, gosto da minha companhia e  das minhas manias solitárias. O que me incomoda é que até os solitários mais convictos (conheço muitos), uma hora ou outra reclamam desse estar só... tenho medo do dia em que a solidão começar a me incomodar.
Por Jordânia Azevedo 
Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! Grita a alma do tímido que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas. (Clarice Lispector)  
     

2 comentários:

  1. depois dessa sua resenha, acho que vou correr pra assistir ao filme! vc me convenceu! qto ao fato de estar solitario, tb concordo com tu. por enquanto estou um solitario feliz! rsss... mas tenho medo de me incomodar de estar soh... bjim.

    ResponderExcluir
  2. Tico esse filme é ótimo, dá pra tirar várias reflexões dele. É do mesmo diretor que fez Juno, que também é uma gracinha (esse ultimo dá pra usar na sala de aula)... espero que vc goste! Em tempos de pneumonia tou colocando os filmes em dia rsrs...
    Ah e esse possível incomodo com a solidão assusta, né? rs
    bjo!

    ResponderExcluir