quinta-feira, 31 de março de 2011

127 Horas - de Aflição

Quando o filme começa e nos 20 minutos iniciais o acidente com alpinista Aron Ralston acontece, é impossível não se perguntar: como o diretor vai conseguir me manter sentada aqui até o final do filme?
Mas ele consegue e consegue de maneira esplêndida. É impossível não se envolver com história de Aron. 
Em Abril de 2003, Aron Ralston sai para fazer uma de suas explorações rotineiras no cânion Bluejohn, em Utah e esquece o seu file escudeiro, um canivete suíço. É impossível não perceber a importância que esse canivete, ou a falta dele, terá na história de Aron quando a câmera dá um close up na mão do mesmo a procura dele. Aron não encontra o canivete, mas mesmo assim segue para a sua "aventurazinha". Quando o acidente acontece e Aron fica com o braço preso por uma pedra o personagem é tomado por seguidas epifanias entre elas a consciência de ter esquecido algo que poderia tê-lo ajudado muito. Aron sempre foi arrogante e auto suficiente e quando chega ao ponto de beber a própria urina percebe-se alguém mortal e limitado, como o resto dos mortais. 
As reflexões feitas por Aron fazem de nós espectadores de nós mesmos. Até onde podemos ir sozinhos? Até que ponto conseguimos tomar decisões realmente difíceis? Quantos de nós teriam a presença de espírito para tomar uma decisão tão difícil quanto a que ele toma?
Apesar de já se saber que 127 horas se trata de um filme de sobrevivência e que Aron no final vai amputar o próprio braço para conseguir se livrar da pedra, o suspense é mantido até o final esplendidamente pelo diretor Danny Boyle (aquele que fez Slumdog Millionaire). As tomadas em câmera lenta e o uso de um video diário mantido por Aron, enquanto esteve preso pela pedra, quebram a possível monotonia surgida da falta de diálogos do filme.
Aron sempre foi o herói de si mesmo e no final do filme fica evidente que assim o será para o resto da vida, mas agora ele poderia enfim perceber a efemeridade de seu heroísmo.
Um filme muito interessante com uma trilha sonora excepcional. Recomendo ;-)

Jor

3 comentários:

  1. Ahaha gente... eu vou ter que discordar de vocês! A estória do filme é até interessante, mas chega uma hora que ele acaba ficando muito chato... nada aconteçe naquele buraco, só memórias de uma vida mal vivida. Enfim... achei o filme chatíssimo!

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