Aos 18 anos é bem normal a confusão sentimental que a vida adulta faz crescer em quem ainda está aprendendo a lidar com ela. Aos 25 é aceitável que você ainda não saiba lidar direito com ela, mas espera-se que você já esteja acostumado com o caos e que já até se encaminhe a viver melhor com ele.
Entretanto, Frances tem 27 anos e ainda se nega a crescer e se tornar uma adulta responsável por seus atos, decisões e escolhas. Obcecada por um sonho que já perdeu a validade, se muda para Nova York para trabalhar como professora de dança e tentar, finalmente, ser parte de uma companhia de dança contemporânea. Amparada pela relação de dependência que estabelece com sua melhor amiga, Frances encontra nela a desculpa perfeita para continuar evitando a vida adulta. São BFFs que fazem tudo juntas o tempo todo como se ainda estivessem no colegial.
Então, quando Sophie decide sair do apartamento que as duas dividem (primeiro de muitos passos que ela dará em direção à vida adulta que Frances continua se recusando a encarar) para morar na rua que sempre sonhou, Frances vê sua vida virar de cabeça pra baixo. Obrigada a dividir apartamento com estranhos, Frances passa a viver gastando mais do que ganha e desce ladeira abaixo até o momento da virada em sua história. Atrapalhada, infantil, desconectada do mundo real... em alguns momentos cheguei a sentir raiva de Frances (como alguém pode ser tão sem noção desse jeito), mas passou. Frances é um personagem adorável quando analisada mais de perto....
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O filme é um lindo retrato da minha geração. Das relações que a gente tende a estabelecer... essa negação ao crescimento, ao amadurecimento, essa dependência torta de um futuro que não pode ser menos que incrível (como se na vida real existisse lugar para o incrível)...
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O filme calhou com o meu momento. Encarando os fatos, analisando profundamente os traumas, buscando o amadurecimento emocional que vai um dia me proporcionar a convivência saudável com esse caos que sou eu. Assim como Frances, espero conseguir chegar lá.
E você, já consegue conviver com o seu caos interior?
Jor
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