sábado, 3 de julho de 2010

O Evangelho do Futebol segundo Saramago

José Saramago era apaixonado por futebol. Pouca gente lembra disso. Certa vez, depois de uma derrota da seleção portuguesa. Saramago sentenciou ao jovem Luís Figo: "O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas..."
Figo guardou as palavras e sorriu.
Durante suas visitas secretas ao Estádio da Luz ou ao Estádio das Antas Saramago filosofava sobre os heróis nas arquibancadas. Pois o que é o torcedor de futebol senão o próprio elogio da cegueira? Ao ver a multidão repetir o sinal da cruz, pedindo aos céus a vitória, Saramago respondeu ao amigo que lembrava o ateísmo do escritor: 
"Mas todo dia eu procuro um sinal de Deus.
Pena que não o encontro!"
Saramago que fazia o sinal da cruz em segredo, por via das dúvidas, foi assim, driblando memoriais dos clássicos e dos conventos, habitando espaço e memória que José Saramago construiu na literatura seu Maracanã, seu Palácio de Mafra.
Saramago que torcia em resguardo pelo time de sua paixão, sem vestir camisas, sem gritar refrão, pois cada um deve seguir seu caminho, seu coração. Qualquer tentativa de convencer o próximo é mera colonização. Futebol, Deus, Comunismo, Dom João. Tudo são apenas formas. Porque ao final dos 90 minutos de letra e bola rolando, escritor, leitor, fiel e ateu são todos prisioneiros de um conto desta ilha desconhecida chamada vida...

Por Roberto Vieria 

E depois de todo o burburinho causado pela eliminação do Brasil na copa me veio à cabeça uma frase sempre dita pela minha amada avó Valtina. Em momentos como esses ela sempre repetia: é fácil jogar pedra, difícil mesmo é ser vidraça. 
Meus respeitos aos senhores Dunga e Felipe Melo. Os dois nem me causam simpatia, mas desrespeito é uma coisa que causa um sentimento desconfortável em mim que eu nem consigo nomear. Antes de atletas e pessoas públicas eles são PESSOAS e merecem respeito. De quem foi a culpa? Não importa. O que está feito, feito está! Bola pra frente. Como bem disse Saramago o que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas.
Esse trechinho by me!

P.S.: Achei o texto do Roberto Vieira aqui.

2 comentários:

  1. mulher, deixa eu apimentar ainda mais essa discussão: por serem pessoas elas tb erram e eh por isso q precisam saber onde erram pra acertar depois! tomar os erros como lição eh uma lição e tanto! felipe melo: nervosismo eh supernormal numa situação como akela, mas pra q canalizar isso pra uma agressão? dunga: abrir mão das suas convicções de vez em qd n eh nenhum pecado. às vezes nossos proprios argumentos nos traem... ah! reconhecer o proprio erro eh ainda mais admirável!!! mas, como vc disse, são pessoas, e ainda bem q as derrotas n são definitivas!!! bjim.

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  2. Concordo, mas o que incomoda mesmo é a falta de respeito com o próximo, sabe? Ah que se colocar no lugar do outro... imagino como deve ter sido difícil para mães, pais, filhos e amigos dos dois assistirem a tantas agressões gratuitas...

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