No ultimo domingo todos no Twitter falavam de uma tal Babi Rossi e parecia realmente que a moça estava fazendo algo extremamente impactante e interessante. E estava. Só que ao contrário. O Pânico na TV é um desses programas da nova geração de humoristas Brasileiros que faz tudo, ou quase tudo pra aparecer. Certos de que são os donos do mundo, eles já fizeram de tudo um pouco para alavancar a audiência do programa... de invasões à agressão física, o Pânico se supera em bizarrice a cada novo programa.
Mas domingo foi o ápice da covardia. Claro que moça concordou em raspar a cabeça ao vivo e semi nua. Do jeito que a coisa foi colocada ela não tinha escolha. Diferente das outras Panicats, como são chamadas as assistentes de palco do programa, Babi permaneceu na atração depois da reformulação e transferência da atração para a Band. E já que pra moça aquele é seu ganha-pão, o que ela poderia fazer? Raspar a cabeça ou a porta da rua? Nos dias atuais é melhor raspar a cabeça... o mercado de subcelebridades está cada vez mais abarrotado de gente querendo aparecer.
Feito isto, no dia seguinte, a moça começou uma batalha para explicar os motivos que a fez raspar a cabeça. Amor à profissão, respeito pela equipe, coragem foram alguns dos argumentos que ela usa para justificar a submissão às ordens de Emílio e sua trupe. Eu nem sou ninguém para julgar a moça por sua atitude, mas acredito que o jeito como o programa tende a tratar as mulheres que fazem parte dele é no mínimo desrespeitoso. Certos de que o que importa é entreter, "os donos" do programa submetem as mocinhas às situações mais constrangedoras.
Objetos de decoração que exibem seus corpos para a apreciação alheia, sem direito à palavra ou ao simples uso da palavra não, as moças são submetidas a todo tipo de humilhação e desrespeito. O programa chega a ser constrangedor para quem assiste com o mínimo de senso crítico. Certas de que são donas de seus corpos, elas tendem a agir como se essa depreciação fizesse delas mulheres bem resolvidas e descoladas, que não ligam para opiniões alheias e que tem "o direito" de se comportar como carne exposta no açougue.
Será que eu estou ficando exigente de mais, ou é o mundo que está de cabeça pra baixo? Será que toda a luta da mulher por espaço e respeito se resume a isso? Me recuso a acreditar que esse tipo de comportamento contribua em alguma coisa para a liberdade feminina. Ao contrário... acredito que é esse comportamento que nos prende sempre no mesmo ponto: subalternas eternas das vontades bizarras masculinistas/machistas.