quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

“Muleque”


Eu queria escrever pra desabafar e assim farei. Ontem e hoje foram dias extremamente desagradáveis. Ontem morreu uma das pessoas mais incríveis que conheço e hoje tivemos a triste missão de enterra-lo. Não que ele tenha sido espetacular todo o tempo, mas havia naquele “menino” um quê de divino. Esse "menino" era alguém que exibia um sorriso largo e trazia no peito um coração enorme. 
Talvez daqui algum tempo eu consiga acreditar que ele se foi, mas agora só consigo pensar que esse é um mal entendido da vida e que, de algum jeito, vou encontrar com ele por aí passando de carro com aquele sorriso largo, ou naquela moto que ele tanto amava, na fila do banco ou na porta do colégio. Não acredito. Não consigo acreditar. Não dá pra acreditar que o meu amigo, um amigo que lembro nas minhas lembranças mais remotas, não vive mais.

Nilson, Nilsinho, Chico ou simplesmente Chiquinho você é um cara incrível, um amigo incrível, um primo massa... não consigo acreditar que não existe mais você no mundo. Te disse várias vezes da sua importância pra mim, te defendi de tantas bobagens tantas vezes e, nas “pirraças” com Beto, sempre fiquei do seu lado, pois esse era o lado da mais pura inocência.

“Muleque”, vai ficar faltando você num tantão de coisas daqui pra frente e prometo não te esquecer, prometo lembrar do seu sorriso e do seu olhar de carinho pra mim - obrigada por cada um deles. Sem palavras sabíamos do carinho mútuo que sentíamos um pelo outro e isso não tem preço. E como já cantou o Rei, nem preciso te dizer tudo isso que te digo, mas é muito bom saber que você é meu amigo. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Larry Crowne - O Amor está de Volta

A crise econômica dos últimos anos reordenou o mundo e o seu status quo, influenciando nos setores políticos, sociais, econômicos e culturais o crescimento gradual e coletivo de uma insegurança pouco vivenciada desde a crise de 1929. Quem de nós está realmente seguro do futuro econômico do planeta? Todos os dias somos bombardeados de informações sobre as crises nas mais diferenciadas nações do mundo. Não estamos seguros e nem nos sentimos seguros. Daí, pensando em entender os caminhos dessa crise (passado, presente e futuro), comecei a escolher algumas histórias com essa temática. Já vi um drama relacionado ao tema, um documentário, mas hoje resolvi escrever sobre uma comédia romântica bobinha que traz essa temática como plano de fundo.

 
O par romântico da história não poderia ser mais fofo. Julia Roberts e Tom Hanks formam um par muito bonito de se ver. Larry Crowne (Tom Hanks), um simpático gerente de vendas em um grande supermercado é demitido em um dos cortes realizados durante a crise econômica. A desculpa usada para a sua demissão é que ele não se qualifica mais para o cargo, visto que não fez uma faculdade que justificasse o seu "alto"salário e sua posição na empresa. Larry não foi a Universidade, pois passou dez anos servindo a Marinha como cozinheiro e o que até então tinha sido até motivo de orgulho naquele local, agora era o motivo de sua demissão. 
Arrasado com sua nova realidade financeira, ele parte em busca de uma posição no mercado de trabalho. Mas em tempos de crise arrumar um trabalho na mesma posição e ainda sem nível superior seria uma causa muito complicada. Assim, ele resolve fazer faculdade de economia. Larry cisma que vai entender como funciona a coisa que o tirou da ativa. Na faculdade ele conhece Mercedes (Julia Roberts), uma professora de oratória que está desiludida com a profissão e desestimulada pela maneira que os jovens se comportam em sala hoje em dia (lei nessas linhas a minha incrível identificação com ela). Mal-humorada e amarga (olha que em alguns dias essa sou eu) ela ainda tem que lidar com um marido que não trabalha e passa o dia em sites de pornografia. Para esquecer seus problemas, ela bebe e adivinhem onde isso vai parar. Pois, é! 

Larry, que a principio, parece mais um nerd desengonçado e envergonhado, vai se transformando com a ajuda de Talia (Gugu Mbatha), uma colega de sala, em um charmoso cinquentão que aos poucos conquista o coração da professora amarga e durona. Se alguns rotularam esse filme como uma história de autoajuda, chata e aborrecida, eu diria que toda a positividade de Larry (mesmo desempregado e correndo o risco de perder sua casa para o banco) é contraposta pela postura carrancuda e pouco amável de Mercedes. Essa é uma história que trata de maneira bem didática como as pessoas perderam suas casas para os bancos durante a crise Estadunidense e de como muitas dessas perdas aconteceram pela falta de informação acerca de seus direitos individuais diante das hipotecas.
O filme não foi um sucesso de bilheteria e não teve o êxito que se esperava entre os espectadores, mas digo a vocês que achei uma história muito bonitinha e recomendo.

Jor


... Acho que foi George Bernard Shaw que disse: "o cérebro de um tolo digere filosofia transformando-a em tolice, ciência em superstição e arte em pedantismo, daí o ensino universitário". (Larry Crowne - O Amor está de Volta)

domingo, 23 de outubro de 2011

A Single Man (O Direito de Amar)


O que faz um filme ser tão bom que quando acaba você se sente mais confortável com a vida? Uma história simples e sem grandes reviravoltas com as doses certas de drama, romance e sarcasmo, assim eu poderia definir A Single Man (Direito de Amar). 

Estamos no início dos anos 60 e George (Colin Firth), um professor de literatura, vê sua vida desabar ao receber a notícia da morte de seu companheiro Jim. Infernizado pela dor e pela falta que Jim faz em sua vida George decide depois de oito meses que é chegada a hora de se despedir da vida. Planeja tudo cuidadosamente deixando as coisas bem resolvidas, testamento feito, escreve cartas de despedida para as pessoas mais próximas, limpa sua sala na universidade em que ensina e é o mais agradável possível com todas as pessoas com quem tem contato naquele dia. Mas antes de partir ele tem que dizer adeus àquela que poderia ter sido a sua companheira ideal, Charley (Juliane Moore) e ter com ela alguns últimos momentos de alegria. Riso frouxo e danças fazem parte dos últimos momentos de George. 


A história faz dos flashbacks o recurso principal para trazer Jim de volta para a trama. Lindas cenas em preto e branco de um casal apaixonado, admiração no olhar, alegria estampada em cada momento a dois nos fazem entender a dor que George sente. Como prosseguir sozinho depois de ter experimentado algo tão especial a dois? E é aí que surge Kenny (Nicholas Hoult), seu aluno, apaixonado pela vida e pela ideia de homem que George representa. Kenny traz de volta à vida de George a alegria de viver e o que já tinha de definitivo e de final é revisto e revertido mas... 
Observem a presença do relógio até a última cena e volta do que foi perdido... qual q intenção do autor em deixar esses elementos presentes até o final da história? O que tais presenças nos revelam? Ah, e o mais importante, por que o braço direito e não o esquerdo?

Assistam e me contem.

Uma fotografia perfeita e atuações brilhantes.

Nota 10


Jor


Poucas vezes em minha vida tive momentos de absoluta clareza. Como quanto, por alguns segundos, o silêncio abafa o ruído e eu posso sentir mais do que pensar. As coisas parecem tão claras. O mundo parece tão renovado. É como se o mundo todo começasse a existir. Não posso prolongar esses momentos. Me apego a eles, mas, como tudo, eles se desvanecem. Minha vida foi vivida nesses momentos. Eles me trouxeram de volta para o presente e percebi que tudo é exatamente como deve ser. (...) E, simples assim, ela chegou! (A Single Man)

Mallu Magalhães - Pitanga

Ah, e ontem sem sono e com a cabeça latejando de pensamentos ruins resolvi passear pelos meus sites de música. Quer coisa mais analgésica que a música certa na hora certa?
Então. Daí entre um site e outro, entre um comentário sarcástico e outro, encontrei o Cd novo de Mallu Magalhães. Aquela menininha bobinha, mas fofa que o YouTube revelou há uns quatro anos. 
Uma das primeiras revelações nacionais dos tempos dominados pelas relações virtuais foi, sem dúvida, uma vítima da lixação pública por muitos setores da mídia. Mas a bela Mallu superou seus tempos de bullying artístico e se transformou em linda mulher e belíssima cantora. 
Gostei do Cd, mas não vou falar muito dele. O título é Pitanga e eu fiquei encantada com diversas faixas. A que eu mais gostei representa bem o momento que estou passando, Velha e Louca (risos). 


Letra:

Velha e Louca
(Mallu Magalhães)

Pode falar que eu não ligo,
Agora, amigo,
Eu tô em outra,
Eu tô ficando velha,
Eu tô ficando louca.

Pode avisar qu'eu não vou,
Oh oh oh...
Eu tô na estrada,
Eu nunca sei da hora,
Eu nunca sei de nada.

Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.

Pode falar qu'eu nem ligo,
Agora eu sigo
O meu nariz,
Respiro fundo e canto
Mesmo que um tanto rouca.

Pode falar, não importa
O que eu tenho de torta,
Eu tenho de feliz,
Eu vou cambaleando
De perna bamba e solta.

Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.

Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.


Enjoy it ;)

Jor

A Lagarta Que Quase Virou Borboleta - Uma Crônica Curta

Era uma maçã linda, pensou Julia. Julia era uma lagarta faceira que adorava frutas e um dia se encantou pela maior de todas as maçãs da cesta de frutas. Muitas lagartas já haviam estado ali e falaram para ela coisas lindas sobre a tal maçã. Falavam de como ela era especial e de como lá todas as lagartas se davam bem. Os tais comentários só faziam a vontade de Julia aumentar. Julia então resolveu entrar na maçã.
Haviam outras que como ela lutavam para conseguir chegar lá e na segunda tentativa Julia entrou. 
A maçã era realmente incrível e ela pode aprecia-la de muitas maneiras. Foram dias e dias vividos intensamente. Conheceu outras tantas lagartas que gostavam de está ali tanto quanto ela. Ficou amiga de algumas, conheceu novos universos, arrumou algumas confusões (bem pequenas), sofreu para conseguir fazer o que as outras lagartas faziam.
- Vou sentir saudade, pensou ela diversas vezes.
E sentiu. Sente.
O tempo passou e eis que a lagarta resolveu que assim que saísse da maçã viraria uma borboleta. Encontrou a árvore ideal, se alimentou da maneira adequada e conseguiu, depois de muito esforço, se transformar em crisálida. Sofreu todas as mutações químicas necessárias dentro do casulo e virou uma linda borboleta. Mas o que Júlia não contava é que para ser livre e voar ela precisava de uma autorização da maçã. A maçã não deu e ela, aquela linda borboleta, ficou presa pelas asas sem poder se mexer. 

Moral da história: a fama da maçã não foi capaz de prover o voo da borboleta. Logo, como dizem naquele ditado popular, nem tudo que reluz é ouro.

Jor  

sábado, 15 de outubro de 2011

Meia Noite em Paris - Nonsense e Realismo Fantástico

Sou uma grande fã do senhor Woody Allen. Perdi as contas de quantos filmes dele assisti (sem exagero, foram muitos). Vi das coisas mais incríveis até as histórias mais sem sentido e por essa razão sempre que o diretor-produtor-roteirista-ator lança um novo trabalho fico extremamente curiosa para conferir o que ele vai aprontar. Aqui vai um texto cheio de elogios derretidos de uma fã para o seu ídolo.
Quando as gravações de Meia Noite em Paris começaram, bateu aquela vontade (que por hora só podia ser saciada com os filmes anteriores) de ver Wood Allen em cena com seus trejeitos e seu egocentrismo e tudo mais que lhe é peculiar. Ainda, os últimos filmes de Allen são obras incríveis. Desde Match Point e passando por Vicky Cristina Barcelona, Tudo Pode Dar Certo e Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos assisti-lo tem sido sempre experiências extremamente prazerosas. E eis que alguns meses depois das primeiras notícias sobre o filme que traria no elenco, entre outros astros, a diva Carla Bruini eu finalmente pude assistir o grande Woody Allen fazendo o que, em minha opinião, ele faz de melhor, escrever e dirigir. O filme é uma dessas declarações de amor. Uma declaração de amor à arte e à Paris – que formam um casal perfeito, diga-se de passagem.
Fazendo uso, sem nenhum pudor, do nonsense e do realismo fantástico o filme faz uma viagem no tempo e nos leva aos dias em que Paris era cercada de artistas que efervesciam em criatividade e inspiração. Por alguns minutos Allen, sempre tão metódico com seus padrões estilísticos, abre mão de seu habitual início de filme fundo preto com letras brancas, para desfilar pelas ruas de Paris de maneira despretensiosa e despreocupada ao som de um jazz irresistivelmente convidativo (facilmente sairia dançando por aí ao som dessa melodia). 
Na sequência somos apresentados a Gil Pender (Owen Wilson) um roteirista de Hollywood que está cansado de escrever histórias adoráveis, mas que são facilmente esquecidas pelo público e a sua noiva fútil, irritante e muito estadunidense Inez (Rachel McAdams). Gil e Inez se encontram em sintonias diferentes. Enquanto ele pensa em abandonar Hollywood e mudar-se para Paris para escrever “literatura de verdade”, Inez sonha com uma casa em Malibu e uma vida Hollywoodiana.
Gil enxerga em Paris a sua conexão com o que considera “grande arte” e se fascina ao pensar sobre os artistas que por lá circulavam da década de 20 - década essa que ele considera como “década de ouro” onde as pessoas eram mais felizes e a vida era bem mais aprazível. Em uma de suas fascinantes e contemplativas caminhadas pelas ruas da belíssima Paris, Gil ouve as 12 badaladas de uma igreja e mergulha de volta para a sua tão sonhada década de ouro. E nesse sonho real encontra com aqueles que considera os ícones de tudo que a "grande arte" produziu para humanidade... encontrar-se com o casal Zelda e Scott Fiztgerald e conversa sobre o livro que está escrevendo com Ernest Hemingway, discute sobre arte e vida com T.S. Eliot, Salvador Dalí, Man Ray e Luis Buñuel, tem a chance de ver Picasso discutindo uma de suas obras e se apaixona pela bela Adriana (Marion Cotillard). Tudo meticulosamente encaixado para nos fazer compreender - mesmo para os que não possuem referências sobre arte - sobre a beleza daqueles personagens histórico.
Owen Wilson "encarna" o alterego de Woody Allen provando por A+B que seu talento é indiscutível. Os trejeitos, a verborragia e até mesmo a voz de Wilson nos lembram a todo momento que esse é sim um filme de Woody Allen, em todos os sentidos, mas ao mesmo tempo imprime características tão originais que faz de Gil uma persona tão sua quanto de Allen. 
Meia Noite em Paris é também uma experiência cinematográfica deferente, pois aqui não importa muito como a história acaba, e sim como os acontecimentos se desenrolam, como Gil vive aquela experiência surreal. 
Quando Gil, finalmente, tem uma epifania sobre a sua vida e sobre a tal "era de ouro", voltamos a observar um Allen "desencanado" que defende a vivência do momento presente e a ideia de que a "era de ouro" é o momento em vivemos, não importando a sua representatividade histórica e/ou cultural. Pois, a vida é grandiosa de mais para não ser vivida hoje, ou para ser vivida sem grandiosidade.
Achei (e isso lá importa? Quem liga para o que Eu acho?) um filme lindo, uma história encantado e personagens inesquecíveis. Mas vá com calma. Lembre do que eu escrevi no início, sou uma fã do cara, daí pra mim é bem fácil gostar do filme.   

Nota: 10 - e meio!

Jor

Gil: Acabei de ter um Insight. É bem fraco, mas explica o sonho frenético que tenho tido.
Adriana: Que sonho?
Gil: Na noite passada tive um pesadelo no qual ficava sem antibiótico. Fui ao dentista e ele não tinha anestésico. Entendeu? As pessoas não tinham antibióticos?
Adriana: Do que você tá falando?
Gil: Adriana, se você ficar aqui isso se torna o seu presente e logo vai começar a  imaginar que outra época é que realmente é a "era de ouro". Então o presente é assim, é um pouco insatisfatório porque a vida é insatisfatória.   
Adriana: Este é o problema dos escritores. São cheios de palavras. Mas eu sou mais emocional. Eu vou ficar em Paris vivendo em sua era mais gloriosa. (Midnight In Paris)  

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eu Quero Tudo, Ou um Pouco mais, Se Puder Ser

http://artescomtrastesetraquinagens.blogspot.com/
Eu gosto muito de Fernando Pessoa e de seus heterônimos. Mas devo confessar que gosto mais de Álvaro de Campos do que do próprio Pessoa.
E foi lendo algumas coisas de Álvaro de Campos no ultimo fim de semana que encontrei esses pequenos versos. Versos simples, mas que sintetizam de maneira tão completa o que eu quero tanto dessa vida. 
Em tempos que as pessoas estão mais preocupadas com o espetáculo, com as aparências, mostrando sempre que suas vidas devem ser algo incrível e perfeita, eu quero apenas a simplicidade. Não tenho vocação para desejar ou acreditar no impossível. Amo o possível com fervor. Não gosto de pensar que as coisas (todas elas) são infinitas, pois há algo de incrível em tudo o que acaba. Acabar significa que nada é infinito, nem o bem e nem o mal e que tudo tem seu tempo ideal de duração - é a poesia que existe na dialética do viver.
Eis, portanto, uma definição que me cai bem.

Jor
Eu Quero Tudo, Ou um Pouco mais, Se Puder Ser

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queria nada -

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

Álvaro de Campos 

domingo, 9 de outubro de 2011

Bridesmaids - Missão Madrinha de Casamento

Sem dúvida alguma o universo feminino é capaz de render muitas histórias e isso não é nenhuma novidade. A industria cinematográfica reproduz esse universo de todas as maneiras possíveis, mas ficou devendo em vários aspectos nos últimos anos. Dentre esses dívidas estão as reproduções, através das comédias, das situações recorrentes quando o tema é casamento, pois de maneira geral essas reproduções giram em torno de romances. Entretanto, desde Se Beber, Não Case, onde as mulheres eram representadas de maneira secundária e sem nenhum relevância dentro da trama, esse novo jeito de contar sobre as desventura que permeiam os preparativos para o Grande Dia, devia ao universo feminino a oportunidade de uma representação cômica. E esse é o tom que o filme Missão Madrinha de Casamento busca imprimir através de seu roteiro.
Aliás, mulheres, até mais que os homens, conseguem transformar uma coisa relativamente simples em uma oportunidade de riso. E é assim que acontece na trama desse filme. Uma dessas histórias leves, que não buscam grandes momentos e fazem da simplicidade seu grande diferencial. 
Annie (Kristen Wiig) e Lilian (Maya Rudolph) são grandes amigas e encontram uma na outra o apoio para todos os momentos. Annie uma linda mulher que se deixa humilhar por todos os homens com quem se envolve, está em um momento complicado da vida. Seu negócio dos sonhos quebrou durante a última recessão Estadunidense e falida ela divide apartamento com dois imigrantes Ingleses que não respeitam sua privacidade e fazem de sua casa o ultimo lugar para onde ela pensa voltar. Lilian namora com Dougue e acha que está prestes a ser deixada quando na verdade é pedida em casamento. Qual é a reação instantânea nestas ocasiões? Exatamente. Lilian convida Annie imediatamente para ser a sua madrinha de casamento. Tudo bem até aqui, mas na festa de noivado eis que entra na história Helen (Rose Byrne) a mais nova amiga de Lilian. Helen é a mulher dondoca do chefe do futuro marido de Lilian. Linda e competitiva, Helen dá logo sinais que a vida de Annie não vai ser nada fácil nos preparativos do casamento. Helen sabota todas as tentativas de Annie de fazer tudo dentro dos conformes e consegue aos poucos separar as amigas que a princípio eram inseparáveis. O time de madrinhas ainda conta com uma recém casada infantilizada que acaba de chegar de sua lua de mel na Disney (atentem para a cena em que Annie é apresentada ao casal de bobinhos fãs da Disney), uma mãe de três garotos infernais que a fazem de gato e sapato e pela cunhada da noiva (Melissa McCarthy), a responsável por grandes momentos de comicidade no filme.
Nada que lembre uma comédia romântica bobinha, Missão Madrinha de Casamento é um filme repleto de momentos divertidos que emergem de situações trágicas - quer-coisa-mais-legal-que-isso? - e faz uso até de recursos escatológicos com cenas das madrinhas e da própria noiva após um almoço mal sucedido num restaurante Brasileiro. Tudo cuidadosamente costurado para nos fazer rir.
Uma das minhas maiores surpresas com o filme sem dúvida foi a descoberta (pois nunca antes tinha prestado atenção nela) de Kristen Wiig. Devo dizer que o filme é dela. Ela segura cada cena em que aparece e com suas caras e bocas transforma até as situações mais improváveis em algo divertido (observem as caras e bocas que ela faz quando é expulsa de sua própria casa por seus inquilinos ingleses). 
É isso. Missão Madrinha de Casamento foi uma agradável surpresa. Uma história que combina humor com romance (nada de muito açúcar), drama e tragédia, e que também ensina sobre a importância e sobre a diferença que os amigos -de-verdade- fazem em nossas vidas, ajudando a quem assiste a perceber que nada é tão definitivo na vida. Nada é bom para sempre e definitivamente (e ainda bem) Nada é ruim eternamente. A vida sempre apresenta novos caminhos, novos lugares, novas pessoas e conserva as escolhas certas, as pessoas certa, os amigos que valem a pena!
Filme nota 9,0

Jor

Annie: Vai ficar tudo bem.
Lilian: É? Como você sabe que vai ficar tudo bem? No jantar de ensaio ontem, eu falei para o Dougue que ia pegar algo e quando percebi estava vindo pra cá. Eu vim para casa. Eu percebi que é a ultima vez que vou estar aqui, neste apartamento. Com aquele sofá, esta cama, tomar banho na banheira. Sabe que eu amo minha banheira, né?
Annie: Ela é muito boa. Dormi nela no meu aniversário de 30 anos, lembra?
Lilian: Tudo vai mudar. Eu não vou mais morar perto de você, e isso me deixa tão triste.
Annie: Não fique assim. Não fique triste, porque as coisas vão mudar mas vão melhorar. Você vai viver um momento lindo, o Dougue te ama mais que tudo e eu também.
Lilian: Mas o que vai acontecer com você?
Annie: Eu vou ficar bem. Não se preocupe, eu vou ficar bem. Eu estou bem. Além do mais você tem que abrir caminho pra mim e me informar do que vem pela frente.
Lilian: Como quiser, chefe. (Bridesmaids)




sábado, 8 de outubro de 2011

Valentine's Day ou Idas e Vindas do Amor

 
Ah, o amor! Essa coisa enlouquecedora que invade as pessoas sem pedir licença. Eu, uma dessas românticas incorrigíveis, nem acredito que levei tanto tempo para assistir ao filme Valentine's Day. Daí hoje invadida por uma dessas cólicas incríveis e no nível mais elevado de irritação dos últimos tempos resolvi finalmente vê-lo. De irritação eu entendo e de TPM também, por essa razão em dias assim o melhor a fazer é me enterrar (literalmente) no meio de um monte de cobertas, assistir alguma coisa que faça realmente meu tipo (em dias assim não é hora de testar nada - é melhor ir logo direto ao gênero que realmente me faz bem) e evitar o máximo possível o contato com humanos.
Assim o fiz. Escolhi Valentine's Day pois esse é um dos que fazem meu tipo. Com um desses elencos de tirar o fôlego, a história conta com a presença de muitos queridinhos Hollywoodianos. Ashton Kutcher, Kathy Bates, Anne Hathaway,Jamie Foxx, Jessica Alba, Jessica Biel, Bradley Cooper, Shirley MacLaine, Patrick Dempsey, Topher Grace, Queen Latifah, Taylor Swift, Taylor Lautner,George Lopez, Eric Dane, Hector Elizondo, Jennifer Garner, Emma Roberts e Julia Roberts são as carinhas conhecidas que fazem de Valentine's Day um filme que nos deixa confortável com o que veremos.

O filme conta separadamente e de maneira meio que conectada a história de vários casais no dia dos namorados. Casais que começam a trama juntos e acabam separados, casais que se formam durante a trama e até alguns casais improváveis. Nada incrível, apenas mais uma comédia romântica que não faz muita esforço para surpreender a quem assiste. Todas as histórias da trama acabam bem, como é característico do gênero e como é característico de todo filme comercial.
Contudo uma das histórias do filme não pode passar despercebida e é ela que me faz afirmar que há sim uma pontinha de genialidade na trama.
O desfecho do casal interpretado por Julia Roberts e Bradley Cooper faz do filme algo apreciável até para os mais seletivos. Vizinhos de assento em uma viagem que durará 12 horas, os dois engatam uma conversa interminável que os transforma em parceiros, não só de viagem, mas sim de histórias. Digno dos personagens, o desfecho faz com que todo o açúcar do resto da trama seja suportável para os mais exigentes. Para mim o filme foi uma "delicinha" do começo ao fim. Ele foi capaz de tirar metade da minha irritação...
... mas a outra metade ainda reside em mim.

Fica a dica!

Filme nota 8

Jor

... aqui é Romeu Midnight mais uma vez.  Só restam 30 segundos para que seja como outro dia qualquer. Então me ouçam , amantes, e façam um brinde para as três palavras que todos querem ouvir.  Vamos Ficar Pelados. (Valentine's Day)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Rock In Rio 2011 #Coldplay


E da série eu não fui, mas assisti, resolvi compartilhar com vocês a incrível experiência de ter visto In Casa a apresentação da Coldplay  no Rock In Rio 2011. Eu sempre gostei da banda e fui apresentada a ela na primeira aula de inglês da faculdade... lembro como se tivesse sido ontem, 25 pessoas numa sala minuscula ouvindo da professora de como aqueles próximos 4 anos seriam os piores de nossas pobres vidas e de como éramos quase nada naquela instituição de ensino (happy time, I miss that a lot)... depois para amenizar o drama ela colocou uma música do Coldplay para relaxarmos, mas aí já era tarde... mesmo assim, e eu fiquei conhecendo A Coldplay e seu The Scientist .

Daí quando a banda entrou no palco do Rock In Rio não deu mais nem para se mexer com medo de perder alguma coisa. Incrivelmente coreografada (leia ensaiado ou leia qualquer coisa que queira) para prender todo e qualquer expectador. Eu simplesmente fiquei presa no sofá sem conseguir imaginar um motivo razoável para sair de lá. E o resultado da proposta da banda foi ENCANTAMENTO.

Simples assim, puro assim. Eles cantaram os grandes sucessos, arriscaram algumas frases em Português, se divertiram muito e o mais "bunitinho" de tudo, eles pareciam extremamente felizes por estarem naquele palco, cantando para nossa gente. Deram o suor e fizeram da noite, dos presentes e daqueles que como eu assistiram de longe, uma noite muito especial. Sim, Dona Rihana eles não atrasaram e sim, Dona Rihana eles fizeram um show MUITO melhor que o seu... mas não dá pra comparar Ferrari com Fusca, né?




Jor
 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tadinha da Claudinha

E de repente me bateu uma incrível vontade de escrever aqui, nesse pequeno espaço, sobre Cláudia Leite. Sim senhores, é sobre ela que vou escrever hoje. Não, eu não gosto da moça. O jeito dela me parece um tanto forçado e eu não tenho paciência para o papinho politicamente correto que ela adora entoar. A música que Senhora Cláudia Leite faz da até pra dançar, mas definitivamente pra mim quando ela abre a boca, acaba-se qualquer possibilidade de gostar desta criança.

E eis que esses dias aconteceu um dos mais incríveis encontros musicais de todos os tempos, o Rock In Rio! Sim, eu vi, não fui, mas vi... vi shows incríveis (que pretendo escrever aqui) e vi Senhora Cláudia Leite ser vaiada por alguns poucos, mas a vi sendo vaiada. E a reação da moça? Fez sinal de silêncio pra multidão à sua frente e pronunciou a seguinte frase: "Você não aguenta o curso, então porque se matriculou?"... daí pro escracho público foi apenas uma questão de segundos. Cláudia é famosa na Bahia pela pouca tolerância às críticas. Ela ODEIA vaias e fica extremamente irritada com esse tipo de demonstração em seus shows (por vezes já parou seus shows para dar liçãozinha de moral em quem pagou o ingresso). Tadinha... já tem um tempo que as pessoas andam fazendo isso com ela.

Mas deixa eu voltar para o porquê de escrever aqui sobre ela. Eu mesma já me juntei a turma que esculhamba a bichinha. Na quinta feira, durante o show de Ivete Sangalo, retuitei várias mensagens com a tag #sentaláclaudia. Livremente as pessoas simplesmente fizeram o escracho público de Cláudia. Para o Twitter não era o show de Ivete, era Ivete ensinando a Cláudia Leite como se fazia. Mas aí tem um quilometro de distancia de diferença e é isso que algumas pessoas (incluindo nesse grupo a própria Cláudia) não entendem, não dá para comparar. Não da pra comparar o que não tem comparação... é querer comprar Ferrari com Fusca - não faz sentido. A Ivete que em momento algum de sua carreira deu lição de moral em seu público é a mesma Ivete que no tempo da Banda Eva subiu num trio com soro no braço, pra não deixar seu povo sem um dia de carnaval. Ivete que no Rock In Rio se dirigiu diretamente a seus fãs (e que fosse um evento preferencial para os pops e os roqueiros, tinha gente ali que tinha pagado para vê-la, também) e que a todo momento se mostrou grata por estar fazendo parte de um momento do rock... maturidade ou caráter? Vai saber! Talvez seja isso que as difere.

Mas mesmo sem ir muito com a cara de "Claudinha", me peguei pensando como deve ser difícil para ela enfrentar coisas assim. O que fazem com ela é um tipo de Bullying adulto. Nada que a cantora faça ou diga passa despercebido... e o povo não perdoa. O palco dos críticos de plantão que se tornou o Twitter, não perde a oportunidade de humilhar e ridicularizar seja quem for. E com ela a coisa tem ido apenas ladeira a baixo. Por lá #Cludiarreia foi a tag no dia de seu show. As pessoas esquecem que as outras que estão do outro lado da crítica sentem as palavras proferidas. E eu com essa minha incrível mania de ficar me colocando no lugar do outro, dei pra pensar que não é justo com alguém - por mais desagradável que esse alguém seja - ser humilhado publicamente de maneira tão irracional. E parei com isso de ficar entrando nas piadas contra a moça, por que, né? Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é - já-disse-Caetano e cada um tem o direito de ser do jeito que é - já-disse-eu-mesmo.

Jor
  

domingo, 25 de setembro de 2011

How Do You Know (Como Você Sabe)


Existe uma incrível beleza em fazer um filme a partir de fatos cotidianos. Quantos por aqui não se meteram em confusões gigantescas sem nem mesmo saber por quê? Ou ainda, quantos por aqui não temem serão trocados por algo mais novo, mais bonito ou mais atual em algum momento da vida?

Mais que uma comédia romântica boba, Como você sabe (How do You Know) se apresenta como uma alternativa inteligente e delicada de falar das desventuras da vida; não espere gargalhadas de suas cenas, mas sim uma confortável sensação de encontro, ao menos para os desajustados emocionalmente como eu, com pessoas tão confusas e ferradas como os personagens centrais da trama. 

Lisa (Reese Witherspoon) é uma jogadora de softball (uma espécies de baseball feminino) que se vê, aos trinta anos, substituída por uma jogadora mais jovem. George (Paul Rudd) é um jovem executivo que tem seu nome envolvido em uma investigação da receita federal e que nem mesmo tem ideia dos motivos que lhe colocaram nesta situação. George é filho de Charles (Jack Nicholson) o verdadeiro responsável pelo delito e que demonstra de diversas maneiras o seu jeito desagradável e arrogante de ser, com o filho e com as pessoas que o cerca. Quando Lisa se sente extremamente vulnerável pela perda da posição na equipe de softball entra em cena o doce e tolo Matty (Owen Wilson) um jogador de baseball riquíssimo, egocêntrico e muito, mas muito infantil. 
Porém, Lisa mantem uma relação (que não dá pra caracterizar como amorosa e nem como amizade) com George e esta relação faz com que suas certezas se diluam na presença dele. Vejam, essa não é apenas umas dessas historinhas de amor em que Lisa ao se ver apaixonada por George simplesmente vira as costas e abandona Matty (o que não seria nada difícil pra mim)... o filme nos convida a achar um jeito, um caminho. James L. Brooks o diretor e escritor do filme que já foi responsável por grandiosidades como Melhor é Impossível parece especialista em gente de verdade. Digo gente de verdade essas pessoas que somos todos nós tentando viver da melhor forma possível meio que afundados num mar de confusão sentimental, meio flutuando entre uma trégua e outra da vida. Daí a grande empatia com os personagens. Não há um maniqueísmo na criação dos personagens; eles são todos gente de verdade. 
Mesmo o egocentrismo de Matty faz dele um tolo adorável, mesmo na cafajestice de Charles podemos perceber um pai perdido que não sabe o que fazer de sua relação mal resolvida com o filho. Ao nos convidar a descobrir o caminho para a vida de suas lindas personagens James nos dá a oportunidade de refletir sobre nossas próprias desventuras.

Então, ainda seria possível acreditar em um final feliz mesmo com todos os infortúnios que nos fazem acreditar no contrário?

Nota 7,5

See and tell me ;-)


Jor

domingo, 18 de setembro de 2011

Soul Sister


Superação. Essa é a palavra que melhor define a amizade. Essa que é uma das mais puras formas de amor. Amigo é aquele irmão que você escolhe. É aquele alguém por quem você supera qualquer coisa. Amizade é também decisão. É decidir todos os dias. Eu sou amigo de alguém. É decidir superar toda e qualquer diferença. É decidir amar alguém apesar de. Essa menina me dá essa sensação de apesar de. Ela apesar de tudo consegue superar e decide todos os dias a continuar minha amiga. Ela sabe o quanto isso é difícil. Ela mais que ninguém sabe como é complicado ser amigo de alguém tão indisponível, tão fechada em um mundo paralelo, tão cheia de frescurinhas... Mas apesar disso tudo, elas escolhe todos os dias continuar sendo minha amiga. Nunca senti, nem de longe, uma ponta de decepção por parte dela por conta de alguma coisa que fiz e disse. Ela que me aceita assim, desse jeitinho tosco que sou, sem nunca demonstrar de verdade qualquer ponta insatisfação. A gente que já até se desentendeu por uma coisinha ou outra (que sinceramente nem consigo me lembrar), nunca, mas nunca mesmo desistiu de superar e decidir. 
Otário :D
Hey, soul sister, você que disse hoje ter quisto ter uma irmã saiba que você tem uma irmã. Essa aqui, tosca assim mesmo, mas que te ama como a uma irmã. 10 anos atrás nós, duas almas desgarradas que só procuravam uma amiga sincera pra se apoiar, nos encontramos e apesar de todos acharem que não tínhamos muito a ver, superamos os que se acharam feitos um para o outro, né? Das nossas conversas fica aquela sensação de que tenho alguém pra ligar no meio da noite e dizer que preciso muito conversar . Sem julgamentos; sei que nos olhamos sem o maldito julgamento, de quem pode nem entender ou achar certo o que se passa, mas que sabe aceitar e perceber que é a gente  quem decide amar o outro do jeito que ele é, com suas falhas e escorregões. E aprende até que essas falhas e escorregões acontecem, na maior parte das vezes, sem querer. É a vida.
Longe dos olhos, mas perto do coração.

Jor

sábado, 17 de setembro de 2011

A Little Bit of Heaven (Pronta Para Amar) – Um Texto Cheio de Spoilers


Marley Corbett (Kate Hudson) é uma publicitária de sucesso e com uma carreira consolidada. Cheia de amigos incríveis, ela tem uma ótima relação com sua irmã, sobrinha e cunhado. Marley é uma mulher lindíssima e bem resolvida que não busca envolvimento sério com nenhum homem, pois acredita que é perfeitamente possível ser feliz sozinha. Entretanto, ao descobrir que tem um câncer no intestino Marley passa por uma reinvenção pessoal ao reavaliar o que fez de sua vida até aquele momento e ainda apavorada com a impossibilidade de não poder realizar seus planos futuros. Até aqui o que essa história tem de diferente de outras tantas histórias água-com-açúcar produzidas em Hollywood?
Tudo e Nada. Eu explico. Sim, esse é mais um “draminha” romântico em que a mocinha morre de câncer no final e que, como li em muitas críticas em sites especializados em filmes, é um grande candidato a Seção da Tarde ou ao hilário Cinema em Casa. Mas até pra mim, que sou a rainha dos draminhas-água-com-açúcar devo confessar que acho essa história forte de mais para os horários de exibição sugeridos pelas críticas. E eu nem estou falando das cenas de sexo e nem das insinuações eróticas feitas no filme.

Bem, eu tinha 7 anos de idade quando minha vó materna foi diagnosticada com câncer. Um câncer terminal, inoperável que a levou embora em menos de 3 meses depois do diagnóstico. Segundo meus tios a frase da médica que a atendeu foi: “- Essa mulher está condenada. Não há mais o que se fazer por ela.” Direta, clara, pontual e definitiva. Estamos falando de 1994 quando o combate a essa praga ainda não era nem de perto o que se vê hoje. Mas mesmo hoje, talvez, o resultado tivesse sido o mesmo, afinal era um câncer no cérebro em um lugar de difícil acesso. Eu não lembro de muita coisa, mas lembro dela perdendo os movimentos do corpo e perdendo a capacidade de fazer diversas coisas que ela gosta muito de fazer. Minha avó Atina era uma artista de mão cheia. Bordava, pintava, costurava, desenhava, coreografava e cozinhava como ninguém. A doença foi apagando tudo, até não sobrar nem a lembrança dos seus feitos. Era difícil vê-la tentando segurar a agulha para costurar sem conseguir. Eu vivia com ela. Ela foi/é a melhor pessoa que já conheci e convivi na vida. Erámos almas gêmeas. Nos amávamos profundamente.

Talvez, e só talvez por isso eu tenha me identificado tanto com a história de Marley. Como não se modificar diante de um fato tão definitivo quanto a morte? O que pensa ou sente alguém que recebe uma sentença tão definitiva quanto essa? E como é morrer de uma doença que arrasa tanto a pessoa que a tem?
As críticas que li giram em torno do moralismo criado com a redenção de Marley. Redenção trazida pelo seu envolvimento com o médico Julian Goldstein (Gael García Bernal). Ao perceber que morreria em pouco tempo, Marley resolve que é chegada a hora de se envolver afetivamente com alguém, deixando para traz a sua vida de “farras e folias”.
Contudo, particularmente não me apeguei ao lado romântico do filme. Preferi dar atenção as relações trazidas nele. Uma mulher que se sente sozinha na vida (seus pais brigam o tempo todo, por qualquer motivo), mas se percebe rodeada de pessoas preocupadas com o seu bem estar na hora da morte. Marley resolve seus problemas com a mãe (Kathy Bates) e com o pai (Treat Williams) antes da partida. Deixa seus amigos cientes da importância deles na vida dela, mas não consegue fazer com que a irmã (aquela com quem sempre se deu melhor) perceba a sua dificuldade em abandonar a vida.
Em meu ponto de vista não podemos enquadrar o filme em um gênero específico, pois apesar de ser anunciado como uma comédia romântica, o filme me fez chorar desde suas primeiras cenas.
E eu que desde Íntimo Pessoal adoro filmes em que o mocinho ou a mocinha morrem no fim da história, torci pela primeira vez que o Deus interpretado por Whoopi Goldberg concedesse a Marley um milagre para que ela sobrevivesse à doença. É Incrível o poder que Kate Hudson tem de iluminar uma cena. É incrível como ela não cede a dor trágica da personagem e a conduz lindamente até mesmo nos momentos de arroubos de revolta contra a vida. Isso faz de Marley uma personagem leve, apesar da dor. É muito lindo vê-la andando de bicicleta vestido uma sai esvoaçante logo nos primeiros minutos do filme, ou conversando com seu cachorro gordo, fazendo de cada cena dessas um espetáculo de leveza diante do caos.

Como eu adverti no início, esse aqui é um texto cheio de spoilers. Me perdoem, mas a emoção me fez escrever assim.

Para mim esse é um filme nota 9.

Vejam e me contem, certo?

Jor


P.S.: Os vestidos e saias da Marley dão um SHOW.

"Então, essa é a minha história. Eu tinha amigos incríveis, não é? E incluo meus pais nesse grupo, apesar de toda a minha vida tê-los culpado por... bem, tudo. Mas a verdade é que eu estava com medo. Eu estava com medo de confiar e perdoar. Eu estava com medo que eu não fosse o bastante.          Mas eu era!" (A Little Bit of Heaven)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Friends with Benefits (Amizade Colorida)

Quem de nós meninas nunca se apaixonou por um amigo? E eu nem estou falando desse amor romântico que tantos pregam por aí. Eu falo desse amor puro que a gente sente por pessoas extremamente especiais.
Amigos são caras sensacionais, que nos entendem e respeitam nossas escolhas - sejam elas boa ou não. Amigos homens não nos julgam pelo que fazemos, nos julgam pelo que somos para eles. E quer coisa melhor que se sentir a vontade com alguém que não te analisa o tempo todo?

Mas vamos ao que interessa.
No inicio do ano quando o filme Sexo sem Compromisso com os lindos e fofos Natalie Portman e Ashton Kutcher já dava um exemplo dessa relação modernosa que alguns amigos íntimos podem experimentar, eu já fiquei meio que assustada com essa história de amizade colorida. Vejam, não que eu ache coisas assim um absurdo, mas é que eu não acredito que uma coisa assim funcione por muito tempo sem estragar a relação entre as duas pessoas envolvidas.
A diferença entre Sexo sem Compromisso e Friends With Benefits (Amizade Colorida) é que no caso do segundo filme a história é mais leve e por consequência mais divertida. Não há uma obrigação em justificar a opção do casal principal da trama e nem há uma moral da história, o que deixa o filme ainda mais legal.
O filme já começa de maneira engraçada ao mostrar os personagens centrais da trama levando um fora de seus respectivos namorados simultaneamente... é hilário o Justin Timberlake sendo deixado pela Emma Stone (o amor do novo homem aranha) com a frase: não é você, sou eu. Eu não estou mais afim de você. Adorável aquela louquinha rouca.
Assim, Jamie em Nova York (que cidade linda - o filme te deixa com água na boca daquele lugar) e Dylan em São francisco decidem que chega dos sofrimentos causados por relacionamentos amorosos.
Jamie vive sozinha e é uma caçadora de talentos. Dylan é um jornalista que trabalha em um site de notícias e vive com a família. Quando Jamie convence Dylan a largar seu emprego em São Francisco e se aventurar pela big apple os dois descobrem o prazer de uma boa amizade e, apesar de atraídos um pelo outro, decidem renunciar a um provável relacionamento amoroso em nome de uma amizade sincera.
Tudo ia muito bem até que os dois solitários-e-carentes resolvem que essa relação de amizade poderia sim ter alguns benefícios: sexo sem compromisso.
O casal se dá muito bem nesse relacionamento casual e se divertem muito (como se divertem, viu galera?!) até o dia em que percebem que aquilo que eles mais temiam aconteceu. Estavam envolvidos até o ultimo fio de cabelo.
Vou parar por aqui para não estragar o filme...
O que dá pra perceber através da história é que as melhores relações nascem de uma amizade sincera. Pois paixão acaba e o amor amorna... quando tudo isso acontece o que sobra é u sentimento puro de companheirismo; esse tipo de companheirismo que só se tem com um grande amigo. Afinal, o amor de sua vida é também o seu melhor amigo.

Nota 8,5

Filme gostoso para um sábado à noite... sem compromisso, só diversão mesmo. 

Enjoy ;)


Jor

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Lp1 - Joss Stone


Aaaaaah, quem me conhece sabe que música é ÚNICA coisa que gosto mais que filme e livro. Sou um ser extremamente musical; uma dessas que tem trilha sonora para a vida, sabe? Cada música que eu gostei  muito um dia, representa um momento dessa nada mole vida que venho levando.
Daí, aqui neste meu espaço não pode faltar, de vez em quando, uns posts sobre essas minhas preferências musicais.
Hoje depois de ouvir o Cd novo da cantora Joss Stone pela trigésima vez (sem nenhum tipo de hipérbole), resolvi escrever um pouco sobre ele. Lp1 é o primeiro Cd independente da cantora britânica que surgiu no cenário musical em 2003 com o álbum The Soul Sessions. De lá pra cá foram quatro álbuns e no último deles, confesso, tinha perdido um pouco o encanto pela cantora que sempre foi uma das minhas preferidas. Colour me Free (2009) não me empolgou e fez com que deixasse Joss de lado, por um tempo.
Mas eis que o rompimento da cantora com a EMI me fez acreditar que as músicas dela voltariam para o estilo Mind Body & Soul (2004) - o melhor Cd da Joss, em minha humilde opinião.
Ok, meus queridos, Lp1 não exatamente o reencontro da cantora com o que ela fez de melhor na carreira, mas devo dizer que esse álbum é de longe, na minha opinião, muito melhor que os dois últimos. Ainda falta um ritmo definido e definitivo, mas já dá pra sentir que a garota volta pros trilhos...

O Cd foi gravado em apenas 6 dias com a intenção de dar um caráter mais livre de retoques para a produção. Faixas bem arranjadas que combinam perfeitamente com a voz rouca, intensa e DELICIOSA de Joss, daquelas que parecem saídas do forno para irem direto para o topo das paradas. Joss continua firme e traz em sua interpretação a marca forte da música negra norte-americana. Como eu disse, DELICIOSAMENTE Joss Stone. As minhas faixas preferidas são as três primeiras. Ando ouvindo tanto que já as conheço de traz para frente.

É isso... um ótimo trabalho de uma ótima interprete.

Ouçam e me contem depois ;)



Nota 9,0 - principalmente pelo recomeço.


Jor


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Lembranças

Eu confesso. Quando escolhi Remember Me foi pelo motivo Robert Pattinson. Não li sobre o filme, não vi o trailer, mas estava enlouquecidamente ansiosa para ver meu vampiro preferido em ação mais uma vez. Não importa que o achem péssimo, eu sempre o acharei ótimo pelo motivo Saga Crepúsculo e por conta daquele casal lindo de morrer formado por ele com a outra vampirinha lá.
Daí a história começou e filme era bom (vou parar com essa coisa de muito bom, estou querendo ficar mais ácida nas minhas resenhas hahahaaha - veremos). 
O filme narra a história do jovem Tyler Hawkins (Robert Pattinson) que anda sem rumo na vida desde a morte de seu irmão mais velho. Ele busca entender os motivos que levaram o seu irmão a cometer suicídio e tenta desesperadamente fugir do mesmo destino. Enquanto não descobre o que fazer da sua relação mal resolvida com o pai viciado em trabalho e desapegado da família (interpretado lindamente por Pierce Brosnan) ele faz o que pode pra ajudar a irmã mais nova com seus problemas juvenis. As relações familiares estabelecidas na trama rendem cenas muito bonitas.
A história é interessante também, apesar dos clichês, pois nos remete à 2001, mais precisamente ao 11 de setembro deste ano. Gosto de pensar no filme como mais uma oportunidade de dimensionar o que a queda das torres gemias causou aquela população. Quantas vidas foram atingidas pelos aviões do World Trade Center? Foram muitas. Muitas vidas foram arruinadas no exato momento do acidente e outras tantas foram destruídas por tabela. 

O filme começa e termina de maneiras surpreendentes. Fios são conectados durante a trama e passam a fazer sentido conforme a história vai sendo contada. O final, aliás, é surpreendente e se não fosse pelo clichezão (a frase de Gandhi no meio do caminho), teria sido um desses filmes a serem lembrados por muito tempo.
Ah, e tem história de amor também no filme, tá? O Vampirinho e a Claire, de Lost fazem um par romântico bem água-com-açúcar!


E desconsiderem os sussurros do meu Vampirinho lindo, tá? E a atuação fraca também... tá, parei! Ainda sou do #EduardTeam \°/

Um filme que eu indico para ser visto antes do dia 11 de setembro... seria interessante no momento histórico atual.



Um filme nota 8,5


Jor

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O Noivo da Minha Melhor Amiga

O que faz de alguém o seu melhor amigo? E o por que essas amizades tão profundas tem a mesma proporção de fragilidade? É engraçado perceber que, as vezes, a pessoa com quem você mais se identifica na vida, é também aquela que menos te entende e te aceita...

Com Rachel (Ginnifer Goodwin) e Darcy (Kate Hudson) não poderia ser diferente. Amigas desde suas memorias mais remotas as duas são como unha e carne. Rachel é doce e meiga, dedicada aos estudos, faz sempre tudo para agradar a sua melhor amiga... Darcy faz o tipo mulherão fatal, super atraente, e adora ser o centro das atenções. Rachel nunca achou que um homem como Dex (Colin Egglesfield) (que homem lindo ) poderia vir algum dia a se interessar por ela e por esse motivo cedeu a sua paquera dos tempos de faculdade a sua amiga perfeitinha. 

Mas eis que em seu aniversário de 30 anos Rachel bebe uns goles a mais e acaba por cair nos braços do noivo de sua melhor amiga. 
Com algumas pitadas de flashbacks para situar o espectador na trama, aos poucos a história dessa amizade vai sendo desenhada e começamos a perceber que nem tudo é exatamente como parece. Sem spoilers, certo?
Adoro Kate Hudson desde Quase Famosos, mas devo confessar que ela estava detestável no papel de Darcy. Além disso, a atuação do par romântico das meninas é sofrível... fraquinho de mais. Ele e o personagem dele. Não entendo como duas mulheres tão cheias de atributos (cada uma a sua maneira) conseguem estabelecer qualquer relação com um ser tão fraco e sem coragem. Ele sem dúvida é o ator/personagem mais fraco da trama.
Mas fica a dica.


Filme nota 6,0

Jor

domingo, 4 de setembro de 2011

Love, Wedding, Marriage.



Eu e essa minha incrível mania por filmes de comédias românticas, sabe? Pois é. Adoro-os.
E foi por ser uma comédia romântica bem bobinha que eu escolhi Love, Wedding, Marriage. Com um enredo bem previsível, o filme conta a história de Ava (Mandy Moore) uma conselheira matrimonial recém casada com Charlie (Kellan Lutz - um dos irmãos vampiros de Eduard na saga Crepúsculo) que recebe de maneira inesperada e bombástica a notícia da separação de seus pais. Por ter passado a vida inteira idealizando a relação dos dois, Ava não consegue aceitar a separação e inicia uma batalha para unir o casal de novo.
Mas ao iniciar essa maratona de tentativas para fazer com que seus pais reatem, ela acaba por esquecer de seu próprio casamento. O pai se muda para a dela e com o sogro vivendo e tomando decisões que seriam suas por direito na casa, Charlie acaba por enxergar em Ava uma mulher bem diferente daquela com quem sonhou viver o resto de seus dias.
Imagine como será o final dessa história??
É sim, é bem desse jeitinho meloso que você está pensando enquanto lê isso aqui...
Mas é um filme bonitinho que conta com a participação de Christopher Lloyd o 'Doc' Emmet Brown da trilogia De Volta para o Futuro, como um terapeuta de casais nada convencional.
Não assista a história com grandes expectativas, não é um filme para suprir grandes expectativas. Esse é um daqueles filmes que você assiste pra aliviar o estresse de um dia cansativo de trabalho.
Eu gostei, e você?
Fica a dica!
E como a partir de agora resolvi dar uma nota para os filmes, livros e Cds, digo que esse é um filme nota 6,5.
E pra quem gosta de filme cult, dizem por aí que Melancholia, novo filme do Lars von Trier, é uma boa porcaria. Daí a gente tira que nem tudo que reluz é ouro, né não?!


Jor