A questão mais aflitiva para o espírito no Além é a consciência do tempo perdido. (Chico Xavier)
Gosto de filmes que me fazem pensar, mas também gosto de uma bobagem de vez em quando pra que a vida fique um pouco mais leve. Dia desses achei um filme meio sem querer que consegue ser uma bobagem e ao mesmo tempo me fez pensar muito depois que acabou. Gostei da capa (um paisagem tão linda) e tinha a Rachel Weisz no elenco (desde o Jardineiro Fiel eu fiquei meio fã da moça), daí apostei na história que a princípio não me dizia muita coisa. Um Olhar do Paraíso retrata a história de Susie Salmon (Saoirse Ronan) uma menina de 14 anos que depois de morta por um assassino em série, passa a observar os fatos que envolveram a sua vida e a sua morte do paraíso. Um filme com cenários de tirar o fôlego de tanta perfeição que exibe. Imagens bem coloridas que contrastam com o tom pesado que cerca a morte e o desaparecimento da menina.
Algumas cenas são extremamente emocionantes. Cenas em que a menina se indaga sobre o que ela seria agora depois de morta; seria ela a filha, a menina desaparecida, a menina morta? E ainda nas cenas em que ela se questiona porque cedeu às investidas do assassino, cenas em que ela se culpa pela morte prematura, uma angustia compreensível, mas nada real, afinal o único culpado da história é George (Stanley Tucci – em uma excelente atuação, diga-se de passagem) o assassino que me fez, em muitos momentos, sentir o estomago embrulhar.
Ando numa fase sem muitos pilares de verdades absolutas... todas as minhas bases foram destruídas e passam agora por um momento de (re) significação total (vale até dizer que não sei mais no que acredito). Isso não é nada ruim, digamos que essa tal liberdade de não saber em que acreditar faça-me até bem. Entretanto, não posso me manter indiferente a coisas que não possuem uma explicação “lógica”. Afinal, não foi Einstein, o pai da relatividade, que disse que quanto mais ele estudava o universo, mais tinha a convicção da existência de um poder superior?! Pois é assim que sinto quando assisto ou leio coisas que retratam a vida e a morte. Seria isso possível? Seria possível deixar essa vida e observá-la de outro plano astral? Seria possível até continuar interferindo nessa vida, mesmo depois de morto?
Sinceramente? Não sei. Mas confesso que de todas as teorias cristãs, a espiritualista é a que mais me agrada. Seria muito bom ter uma segunda chance ou ainda poder, vez ou outra, lançar olhares no paraíso (que segunda essa teoria tem a cor e o jeito particular de cada um individualmente).
A crítica não aprovou o filme de Peter Jackson. Alegação de que a história não se aprofunda no drama real foi a mais recorrente. Mas a história é complicada. Afinal, qual seria o jeito certo de narrar o estupro e morte de uma garota de 14 anos? Não acho que a história seja rasa, ao contrário. O drama fica por conta do apego que Susie gera no espectador nos primeiros momentos da trama... é difícil imaginar aquela menina com cara de anjo sendo violentada e esquartejada por um maníaco. É isso. Acho que opção pela delicadeza foi a melhor a ser seguida nessa história.
E como diz a linda Susie no final do filme:
Desejo a Todos Uma Vida Longa e Feliz!
Trailer:
Enjoy ;-)