quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Still Alice



Alice é uma professora de linguística bem sucedida, tem um marido incrível e três filhos maravilhosos... uma vida feliz e perfeita. Mas ao perceber que está esquecendo coisas corriqueiras no seu dia a dia ela procura um neurologista e é diagnosticada com um tipo precoce e muito agressivo de Alzheimer. Rapidamente Alice é engolida pela doença.
Still Alice é um drama forte em que a personagem central sofre as consequências familiares e sociais de perder a memória de forma muito rápida. Ela ainda é Alice professora, esposa e mãe lutando com o que tem para não deixar de ser quem é e ao mesmo tempo não está mais ali, não tem nenhuma chance diante da doença e sabe disso. Dá pra imaginar o desespero de uma doença assim? Não é bonito e a gente sabe!
Mas o mais triste é perceber o comportamento da família... a maioria das pessoas se afasta, se esconde ou já a encara como alguém que não tem mais porque ser ouvida. É bem triste. Até onde vai o amor dos que nos cercam por nós? Até que ponto alguém da nossa família estaria disposto a ficar ao nosso lado diante de situação tão difícil como essa? Na história do filme Alice acaba sendo deixada de lado pelo marido e por dois dos filhos. Agem em sua presença como se ela não estivesse mais lá, desrespeitam suas vontades anteriores à doença, fogem dela e da doença dela, esquecem quem ela era.
A filha mais nova de Alice, aquela que não se enquadrava no que ela queria pra vida dos filhos, permanece ao lado da mãe. Sobram as duas lutando pra não perder o restinho de Alice que ainda há lá.
No fim da história (de todas as histórias, inclusive - da minha, da sua, da dela) o que importa é o amor... o amor que a gente sente e o amor que sentem por nós. Só o amor faz com que alguém ajude outro alguém a atravessar um momento tão doloroso como esse. Como naquela frase clichê: o amor constrói pontes indestrutíveis. Mas como saber se é amor o que estamos construindo? Não dá pra saber?! Alice achou que era, mas não era. Você e eu podemos estar achando errado também.